Uso, sem medo de comparações, a frase de Isabel “a Católica” quando foi conhecida a morte de Dom João II para homenagear o grande Amigo, o notável Empreendedor e o inigualável Dirigente Associativo que foi o Paulo Nunes de Almeida
Conheci o Paulo há quase 30 anos quando me entrevistou para o que seria o meu primeiro emprego na área associativa, como Director Geral da ANJE, de que foi um dos principais impulsionadores.
Tive o imenso privilégio de O acompanhar proximamente desde então. Em muitos projectos, em muitas cumplicidades, em muitas lutas por aquilo em que acreditávamos, em tantas horas de trabalho no sonho de construir e fazer cumprir um Portugal melhor.
Do Paulo, como provavelmente de mais nenhuma das muitas brilhantes pessoas com que lidei no mundo das Empresas e do Movimento Associativo, recebi as maiores e melhores lições de rigor, de lealdade, de determinação, de resiliência, de coragem, de inteligência, de tenacidade e de integridade.
Claro que, de tudo o que mais me tocou neste momento emotivo onde nos falta tudo, foi a Amizade generosa e farta com que sempre me distinguiu: suave, atenta, carinhosa e sempre acompanhada de um sentido de humor que, às vezes, só os mais próximos entendiam, pela fugaz marotice que lhe aparecia nos olhos e de onde rapidamente retornava à postura elegante com que sempre festejou a vida.
Tive a sorte e a honra de assistir à entrega pelo actual Presidente da República, no 170º aniversário da AEP, da Grã Cruz da Ordem de Mérito Empresarial, a mais alta e, no caso do Paulo, a mais justa distinção que o Estado pode proporcionar a alguém que dedicou o melhor de si ao tecido empresarial e associativo português.
Como em muitos outros momentos, aceitou com prontidão fundar comigo a AGAVI e nela ter permanecido, até hoje, como seu Presidente da Assembleia Geral. Na passada quinta feira, num estado já muito debilitado, insistiu, como lutador que sempre foi, em presidir às duas últimas Assembleias Gerais desta Associação que tanto lhe deve e à qual nada recusou.
Estou seguro, que a forma como enfrentou a doença que teve constituiu a lição mais impressiva, de coragem, determinação, valentia, optimismo e perseverança que alguma vez testemunharei.
Na celebração da Vida como na confrontação da Morte o Paulo deu-me um exemplo tão sublime e tão inspirador que não mais deixarei que se apague da minha memória, ou se afaste do meu coração.
E é em nome da AGAVI, dos seus Dirigentes e Associados e dos tantos Amigos e Admiradores que, também aqui, soube juntar que se justifica o testemunho desta homenagem tão sincera e agradecida que fazemos ao nosso Presidente da Assembleia Geral e ao maior Senhor do Associativismo Empresarial em Portugal.
Em nome da AGAVI, a vénia maior ao novo “Homem” do século XXI, cuja memória e exemplo não morrerá jamais!